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quarta-feira, junho 13, 2007

"aquilo que fazes fala tão alto que não consigo ouvir o que dizes"

“aquilo que fazes fala tão alto que não consigo ouvir o que dizes”.

Ouvi esta frase primeiro do prof. Norberto Alves, depois do prof. Jorge Adelino, em acções de formação para treinadores, e recordo-me de a ter escrito com vontade nos meus cadernos de apontamentos, pois parecia-me um frase feliz e com muito sumo.
Na realidade encaixo esta máxima na minha vida, como agente desportivo, como treinador, como pai, e como pessoa.
As crianças e jovens são bastante mais espertas do que muitas vezes queremos pensar que são, e se elas sentem alguma contradição entre aquilo que dizemos e aquilo que fazemos, elas cheiram a hipocrisia à distância, e vão dar mais importância ao que fazemos do que ao que dizemos. “Palavras leva-as o vento”, já diz o provérbio popular, e elas sabiamente percebem-no. Muitas vezes parece que as crianças trazem um detector de mentiras incorporado.
Não pretendo ter a presunção de me considerar a mim próprio um exemplo, não quero ser moralista, nem sou expert em pedagogia. Gosto sim de estudar fenómenos ligados à comunicação e sua eficácia. Vou referir alguns exemplos concretos:
Quem está a fumar – dizer que fumar faz mal à saude;
Quem não é por hábito pontual – dizer que é imprescindível chegar a horas;
Quem por hábito bebe bebidas alcoólicas em demasia – dizer que “beber” faz mal à saude;
Quem rói as unhas ( como é o meu caso) – falar nos malefícios desse hábito;
Etc, etc… enfim acredito firmemente que conta bem mais aquilo que se faz, do que aquilo que se diz, e que a linguagem não verbal é a que prevalece.

Nós, agentes desportivos, devemos tentar ser um “rule model”, ser um bom exemplo a seguir, ter verdadeira ambição de o ser, sem perfeccionismos, comunicar de forma descontraída e natural sobre os mais diversos assuntos, mas tendo bem presente que conta bem mais o que fazemos do que o que dizemos.

5 comentários:

Anónimo disse...

Bom artigo... era bom que pelo menos estas palavras (que foram escritas) não fossem levadas pelo vento. Muita gente podia aprender alguma coisa delas.

Pequena nota: "role model" ;)

Anónimo disse...

Miguel,
Óptimo texto. Obriga mesmo a pensar na nossa conduta diária perante os jovens, principalmente estes, e outros agentes desportivos.
Um abraço
Carlos Gonçalves

Anónimo disse...

optimo texto mas falatam pontuação (,) na frase.

de qualquer maneira om aartigo

alexandra disse...

Grande verdade que nunca é demais recordar.
Obrigada Miguel

F disse...

Caro Miguel

Li, reli e embora genericamente possa ser verdade o que seria se o "defeito" nao fosse de quem fala, mas de quem nao consegue ouvir ?

Vale a pena meditar nisso, pois nem sempre a "erro" é de quem fala alto mas sim de quem quem nao consegue ouvir mais do que vê.

Se quiseres apenas uma forma diferente de ouvir o que disseste


Abraço

F