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quinta-feira, dezembro 27, 2007

“atravessamos, sem dúvida, em bom período”



A Secção de Basquetebol do Clube PT é um dos principais agentes da modalidade na nossa cidade. Mantém em actividade dez equipas, movimentando cento cinquenta atletas, coordenados por dezoito treinadores e monitores. São trinta e três os dirigentes e seccionistas. O Clube PT é uma realidade sustentável no basquetebol distrital. Moura Távora é o seu responsável. É o MVP da Semana.

Diário de Coimbra (DC) – A Secção de Basquetebol do Clube PT está a atravessar um dos seus melhores períodos. A que se deve esse êxito?
Moura Távora (MT) – Atravessamos, sem dúvida, um bom período e tal, deve-se em primeiro lugar, ao corpo técnico e à nova estrutura directiva e organizativa que implementámos dentro do clube. Isto é, estamos a tentar, de uma forma muito programada e sustentável financeiramente, que haja resposta aos objectivos programados para esta época.

DC - Começam a ser muitos os atletas convocados para as selecções nacionais e distritais. Como vê essa realidade?
MT - São ao todo dezanove atletas que estão convocados para as diversas selecções. Para nós, para além de uma grande alegria, esta realidade espelha as apostas que temos feito, nos últimos anos, em termos técnicos. Espelha, igualmente a filosofia que temos no clube, nomeadamente, junto dos atletas, isto é, o Clube PT não deve ser só mais um clube. A mensagem que preside ao nosso dia-a-dia, é de que os atletas da PT não têm de ser melhores do que os dos outros clubes, mas acima de tudo, têm de ser melhores do que eles próprios.

DC – O Clube PT ficou descontente com a I Gala do Desporto de Coimbra. Porquê?
MT - Ficámos com uma grande tristeza, que não é de agora. Já dura há catorze anos. E essa tristeza, tem por base, o facto de as entidades oficiais não reconhecerem o Clube PT, neste caso particular da Gala, por parte da Câmara Municipal de Coimbra. Durante estes anos, disseram-nos várias vezes de que não somos um clube da cidade. No entanto, por duas vezes nos solicitaram dados e nós fornecemo-los. Ficamos amargurados, porque sentimos, que todo o nosso trabalho não é reconhecido lá fora. Dá ideia que alguém põe um tampão para que toda a urbe não veja o que fazemos. Soubemos, através do presidente da ABC, que a Associação indicou nomes de elementos da PT para serem nomeados e nem tão pouco o foram. Há, no entanto, duas coisas que não conseguem, a primeira é calar-nos e a segunda é travar o nosso trabalho.

DC - Para quando equipas seniores no clube?
MT - Com toda certeza, na próxima época, vamos ter uma equipa sénior feminina, composta pelas nossas actuais juniores. A nossa equipa sénior masculina só daqui a duas épocas, altura em que nossos juniores atingem esse escalão. Há uma questão que deve ficar bem clara, nós queremos equipas seniores de referência, mas só com os nossos atletas. Nós gerimos o nosso clube, como uma empresa, isto é, queremos avançar, mas com os pés, financeiramente, assentes no chão.

DC - Como analisa o basquetebol no nosso distrito?
MT - Não está mal, nem bem. Sou um pouco céptico em relação a isso. Não comungo a opinião do presidente da Associação que diz que está melhor do que nunca. No geral penso que está menos bom, ou seja, há muitas situações que deviam ser reflectidas. O caso das selecções, o relacionamento entre os clubes, nada disso está a ser reflectido hoje em dia. O basquetebol distrital anda a “gozar” à sombra de duas ou três equipas que militam na Proliga e Liga. Os responsáveis da Associação , e eu tenho-lhes dito isto, deviam ter a coragem de parar um pouco, reflectir sobre todo o nosso basquetebol e de arranjar sangue novo, com ideias novas. Há muita gente do basquetebol que anda por aí fora e muito afastada da modalidade.

DC - Estamos a entrar em 2008. Qual o principal desejo do Clube PT?
MT - Acima de tudo que os nossos objectivos sejam alcançados. Depois, que sejamos reconhecidos como uma grande casa de desporto em Coimbra e, finalmente, que as nossas instalações passem para o Clube PT e possamos dizer que são nossas.

DC - Que mensagem quer deixar para os amantes da modalidade?
MT - Vou repetir uma mensagem que tem cinco anos. Que nunca é tarde para os clubes se sentarem à mesma mesa, deixarem de ter as suas quintas e entenderem-se, pois já que ninguém o faz, que sejam os clubes a encontrar o melhor rumo para o basquetebol distrital e nacional. Pela nossa parte estamos abertos a que interacção humana, entre entidades e pessoas, seja completa. Sinceramente que estamos!


Agradecemos a colaboração do Carlos Gonçalves, que nos enviou esta entrevista

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