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sexta-feira, março 21, 2008

Entrevista maldita

Quando fui conhecedor, por terceiros, da entrevista em causa, não quiz acreditar no que me diziam.
Ao ler repetidamente a mesma fiquei siderado com o seu conteúdo.

O Srº presidente, que afirma ser a FPB a realizar todo o trabalho na formação, que no seu entender pertenceria aos clubes, demonstra no minimo uma falta de conhecimento do que se vai construindo por esse Pais fora, melhor dizendo, no basquete real, que não ao nivel da secretária e dos gabinetes inacessiveis para a maioria dos agentes do verdadeiro basquetebol nacional.

Demonstra não conhecer as dificuldades e as contrariedades com que os clubes se deparam dia a dia, demonstra uma total falta de respeito por aqueles e por todos os Encarregados de Educação que vão solidáriamente disponibilizando-se financeiramente para manter o basquetebol em actividade.

Mais grave ainda, é demonstrar uma total ignorância de todos os Clubes que existem e que sózinhos vão teimosamente mantendo a chama acesa, proporcionando a muitos viverem da modalidade, como quais expertos na matéria, resultando de muito da sua actividade uma única palavra

DIRIGISMO RETRÓGADO

Srº Presidente da F.P.B., o senhor nesta entrevista nem se limitou a ser poliitcamente correcto, pelo contrário, preferiu denegrir e ausentar de existência um enorme conjunto de Instituições e Agentes que teimosamente continuam a justificar, sabe lá DEus como, o lugar de muitos, muitos outros, que lá vão aparecendo quando manifestamente lhes serve,
quando pelos clubes raramente são capazes de dizerem presentes.

Já agora, para que fique claro, gostaria em nome do Basquete PT, exigir que os Órgãos Directivos da A.B.C., se manifestassem de forma objectiva sobre a presente entrevista.

Se o não fizerem estarão a ser coniventes com a mesma.

O Responsável do Basquete PT
Moura Távora

(...)

Tive a oportunidade de ler a entrevista em causa, no dia em que foi publicada no Diário de Coimbra. Li uma, duas e ainda uma terceira vez uma afirmação ali contida achando estar a cometer algum erro de interpretação. Constatei que o erro não era de leitura, era mesmo da afirmação efectuada pelo Exmo. Sr. Presidente da F.P.B.
Pasme-se: "o trabalho especializado na formação", seja lá o que isto significa, "é realizado pela Federação e não pelos clubes, salvo honrosas excepções", e que excelentes excepções foram apresentadas...
Sabe uma coisa Senhor Presidente, alguém que ao olhar determinada realidade, como aquela que observamos diáriamente, pelos menos aqueles que andam nos clubes, por esse país fora, como ainda no passado fim-de-semana pudemos observar no Torneio de Valença de Minibasquete, lê uma coisa destas e só pode concluir que o responsável pela mesma entrou em profundo delírio...
HAJA VERGONHA!

José Pedro
Clube PT - Coimbra

Nota: As portas do nosso pavilhão estão "escancaradas" aguardando a sua próxima visita, ou a de qualquer outro alto responsável da F.P.B., à nossa cidade.
O convite fica feito!


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1 comentário:

Miguel Cunha disse...

Essa entrevista também me deixou muito apreensivo. Nos dias que correm é essencial o alto responsável duma organização saber o que se passa na sua empresa, na sua federação,etc...e saber os nomes, e como trabalha quem de facto tem um bom desempenho.
Passemos ao assunto formação. Como em qualquer outra actividade, a boa formação tem de ser feita de forma rigorosa, lenta, paciente, regular, e no caso do basquetebol demora alguns anos até começarem a aparecer resultados, ou jogadores, jogadoras de bom nivel. A Federação tem como obrigação saber e acompanhar quem de facto está a bem formar praticantes, e Portugal não é assim tão grande. Não haja equivocos , quem faz formação em Portugal são os clubes. A Federação quando vai "descobrir" jogadores, jogadoras a Portimão, por exemplo, vai ver praticantes com 6,7,8 anos de basquete. Se disserem que continuam a formação, tudo bem, deverão-se é reconhecer o trabalho dos clubes e vê-los como parceiros que deverão ser ajudados e apoiados.
Abordo só mais duas questões. Uma que no basquete não se formam só atletas de alta competição. Como formador de minibasquete aprendi que é tão gratificante ajudar a formar um jogador da 1ª divisão (isso existe?), como para outra qualquer liga, lidamos sim com pessoas, e lógicamente tenta-se colocar a fasquia bem alto. A lógica empresarial entra aqui, a meu ver, só até certo ponto.
Outra são a questão das equipas seniores, ditas as unicas importantes pelo nosso presidente da F.P.B. Acho que são importantes, mas não se caia na tentação de comprar feito. Hoje em dia, no geral, as pessoas preferem comprar feito a ter de fazer ou esperar para alcançar determinado objectivo. No basquete temos inumeros exemplos de equipas sponsorizadas por alguns mecenas que tão depressa aparecem no topo como desaparecem ( A. de Leiria, etc, etc), ou seja quem tem dinheiro pode comprar uma equipa inteira, o que não quer dizer que esteja a desenvolver a qualidade do nosso basquetebol.
Discuta-se tudo isto. Os dirigentes deverão conhecer muito melhor o terreno, se calhar deverão dar o lugar a outros, os cargos não deveriam ser vitalicios.
Apoie-se o basquetebol das equipas seniores ao minibasquetebol, sendo que eu, ligado que estou à formação, sou treinador da equipa sub 14 Femininos do Clube PT Coimbra, acredito que o basquetebol tem todas as condições para dar um bom salto em termos qualitativos, se houver um maior apoio ao minibasquete.
Com mais atletas, bons treinadores e bons dirigentes, o basquetebol de certeza estará no bom caminho.