“vamos ter fortes equipas seniores femininas”

Aos nove anos começa a jogar minibasquete no extinto CIC. Passa pelo Olivais, Clube PT e Lousanense. Deixa de jogar em 2004, sem antes, ter tirado o Curso de Treinador – Nível I. Nos minis do Club PT dá os primeiros passos como treinadora, passando um ano pelas iniciadas do Sporting Figueirense. Depois, regressa a casa e assume o comando dos Minis B que, acumula com a função de adjunta da equipa cadete feminina. O basquetebol faz parte da sua vida. É a MVP da Semana.

Diário de Coimbra (DC) – O Clube PT realizou recentemente o “Torneio 12 horas PT”. Como correu?
Ana Rita (AR) – Correu muito bem. Estiveram presentes muitos atletas e foi, mais uma vez, uma boa organização da PT. Para além do basquetebol, houve a possibilidade de haver momentos lúdicos para as crianças. Foi um dia em cheio. O nosso minibasquete está mais uniforme, pois, temos quantidade, embora pudessemos ter mais, e estamos a melhor na qualidade. Começamos a ter os colaboradores já com cursos. Temos necessidade de aprender mais, frequentando mais clinics e cursos, para podemos dar um pouco mais às crianças.

DC – A PT tem apresentado bons resultados nos diversos campeonatos regionais. A que se devem esses êxitos?
AR – Acima de tudo devem-se aos atletas e treinadores. Temos atletas da nossa formação que começaram a adquirir hábitos de treino, de esforço e de jogo muito cedo. A PT consegue transmitir esses factores muitos bem. Trabalhar muito, para chegar a algum lado. Temos tido bons treinadores na PT, o que faz com que estes êxitos venham ao de cima.

DC – Está há dezanove anos no basquetebol. É uma paixão ?
AR – É uma paixão, é um vício. Não me vejo sequer a deixar de fazer alguma coisa relacionada com a modalidade. Desconhecendo os outros clubes, tenho sorte em estar na PT, pois, temos um ambiente de uma grande família. Gostei muito de ter estado um ano no Sporting Figueirense, mas senti a falta deste ambiente e por isso regressei. O ambiente, a bola, o jogo, o cesto... tudo é fantástico.

DC – Como analisa o actual quadro competitivo distrital feminino?
AR – É fraco. As equipas femininas, no nosso distrito, apresentam uma fraca qualidade a nível de basquetebol. Porquê? Não sei muito bem. Cada vez é mais difícil encontrar equipas com qualidade colectiva. No entanto, já começa a haver alguma qualidade nas iniciadas, cadetes e juniores. Daqui a poucos anos vamos ter fortes equipas seniores femininas.

DC – Melhor e pior momento da sua carreira?
AR – Há um momento único na minha carreira que tenho de focar inevitavelmente. Era atleta quando perdi os meus pais e a verdade é que o basquetebol, e não só a PT, foi uma ajuda muito importante para mim. A realização de um jogo amigável entre o Ginásio e a PT, da Liga Profissional, foi um momento importantíssimo. Foi um momento único.

DC – Treinador que mais a tenha marcado?
AR – Foi Frederico Grave sem dúvida, pois, tem um grande nível de conhecimentos da modalidade e sabe transmiti-lo de uma forma muito simples às atletas. Para além disso, tem uma parte muito humana que trás muita união no grupo. Confesso que, ainda hoje em dia, quando tenho alguma dúvida é alguém a quem eu recorro para me esclarecer.

DC – Quer deixar uma mensagem para as mais jovens?
AR – Acima de tudo que comecem a vir mais ao basquete. Deixem a play-station, os bonecos na TV e comecem a praticar desporto. Hoje em dia há muitas dificuldades em trazer as crianças para o desporto, seja qual for a modalidade. Para os que já cá andam, acho bem transmitir-lhes a importância do basquete, aqui ou noutro clube, e a necessidade de aprenderem muito, empenhando-se mais e, assim, poderem tirar partido daquilo que a modalidade lhes dá, tais como, a possibilidade de convívio, brincadeira e reunião com os amigos. Apesar de serem pequeninos devem trabalhar muito, pois já conseguem perceber o que podem ganhar com isso.

Carlos Gonçalves ( muito obrigado)