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terça-feira, maio 26, 2009

Jogar sem bola

O prof. Mário Barros, actual seleccionador nacional sub 18 masculino, e treinador com vasto currículo, gentilmente deu-me para ler um manuscrito que escreveu, e que pensa publicar um dia.
O livro chama-se “Ler o jogo e jogar sem bola - noções fundamentais, teoria e prática" . Lê-se num ápice e será bom que seja publicado no futuro, pois é muito bom.
Deixo alguns excertos, incisivos, que mostram a acutilância das suas intervenções, primeiro como teórico, depois como prático e pedagogo.

“Espaço”…
“Jogar sem bola é também uma forma simples de libertar espaços para facilitar não só o desempenho dos colegas mas, também para antecipar situações mais favoráveis.”

“Jogar sem bola”…
”É necessário mudar mentalidades para que os jogadores sintam prazer no jogo sem bola compreendendo a sua importância. Jogar sem bola não se limita exclusivamente à desmarcação para a receber mas, também, e principalmente, para libertar companheiros. Essa mudança de mentalidades é mais fácil de conseguir na formação, no tempo certo, e com as justificações adequadas.”

(mais à frente)…

”Objectivamente o que se pretende é que todos os atacantes se movimentem de forma a manter ocupados os adversários directos não permitindo qualquer espécie de ajuda, particularmente dos defesas do lado da ajuda."

"Forçar sistematicamente o 1 x 1 facilita o trabalho defensivo e permite que os outros defensores possam intervir.”

No seguimento do que é dito no último parágrafo, o 1 x 1 feito a partir da posição de parados, não no seguimento de um movimento colectivo, rapidamente se transforma num 1 x 2, 1 x 3, ou 1 x 4, pois os defensores dos jogadores sem bola, não tendo com que se ocupar, vão ficar dentro à espera da previsível tentativa de penetração do jogador com bola. Muitas vezes esta armadilha das defesas resulta apenas porque os atacantes sem bola não se movimentam adequadamente.
A ausência de movimentação sem bola, quando não termina em tentativa de 1 x 3, muitas vezes tem como consequência tiros de longa distância que se não entram, rapidamente se transformam em contraataque perigoso da equipa adversária.

Para bem do desporto que tanto gostamos será bom que pessoas como o professor Mário Barros possam partilhar connosco o seu vasto conhecimento e experiência.
Foi nesse propósito que tomei a liberdade de escrever este post.

* (frases sem aspas são considerações por mim escritas).

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