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quarta-feira, maio 21, 2008

Crónica das quartas



O basquetebol e a escola (parte 1)






Não sou Pai, o que pode desvalorizar a minha visão acerca deste assunto. Admito-o. Também já não pertenço à geração "morangos com açucar", o que me poderá afastar destes novos jovens. Mas tenho opinião acerca da relação entre escola e basquetebol.

Um dos pontos que observei ao longo do tempo em que estive ligado à modalidade foi que, normalmente, os "melhores alunos" são aqueles que menos faltam aos treinos. Será que por terem maiores facilidades escolares têm menor necessidade de faltar? Ou será antes por estarem habituados a gerir melhor o tempo conciliando de uma forma mais eficaz escola e basquetebol?
Um aspecto posso afirmar:pessoalmente nunca tive a percepção que um jogador tivesse melhorado a sua prestação escolar por ter diminuído a sua assiduidade aos treinos.

Devo ainda salientar que, na minha opinião, o basquetebol pode influenciar positivamente o percurso escolar sob dois pontos de vista:

- Aprendizagem e treino da forma como se deve encarar uma situação de maior stress (haverá grande diferença entre um jogo fundamental e um exame decisivo? Os mecanismos mentais de confronto perante situações como estas não serão semelhantes?).

- Aquisição de competências importantes na gestão do tempo disponível e na definição de prioridades (tantas vezes necessárias mais tarde, quer no mundo académico, quer no mundo profissional).

2 comentários:

Anónimo disse...

O Tiago levanta para reflexão de todos uma questão das mais importantes no desporto tanto de formação como de competição, o aproveitamento escolar em função da prática do desporto.

Pessoalmente partilho da filosofia apresentada pelo Tiago, tanto como dirigente desportivo como encarregado de educação.

A experiência vivida no basquete PT é sem dúvida académicamente, altamente positiva para os jovens que conseguem, mesmo que com conflitos de tempo e exigências da própria idade, participar em pleno na actividade desportiva obtendo não sei se por via disso ou não, os melhores resultados e maiores objectivos académicos.

Pelo inverso, e porque a experiência de já muitos anos o demonstra, todo o atleta "castigado" ou sancionado com a prática do desporto, dificilmente obtém académicamente os melhores resultados, tendo de classificação do momento como objectivos de futuro.

Como força destas, únicamente minhas deduções, está o facto das primeiras equipas do basquete PT, estarem hoje na maioria formados e
lançados nas suas vidas profissionais, ao contrário de uns outros, muito poucos que sendo muito vezes sancionados, infelizmente não se guindaram a voos mais altos nas suas vidas.

Por conclusão, o melhor troféu para um Clube como o nosso é a realização pessoal e académica de cada um dos seus atletas.

Parabéns a todos os atletas que o conseguiram. Parabéns aos Pais que o souberam entender durante a vida desportiva dos seus educandos.

Moura Távora.

José Pedro disse...

O artigo do Tiago é uma vez mais pertinente. Não deve ser coincidência esta forma tão objectiva de encarar o fenómeno desportivo em paralelo com a vida académica.
O comentário do Moura é revelador de quão acertivo é o referido artigo, por isso uma mensagem pessoal a todo(a)s os atletas e encarregados de educação: leiam com atenção e meditem, porque a prática desportiva não deve servir de desculpa para a falta de empenho nos estudos. Sempre que fôr necessário faltem a um treino mas não façam disso uma prática regular. Quem desiste do desporto como justificação para arranjar mais tempo para estudar depressa preenche esse mesmo tempo com outras actividades menos saudáveis, não é verdade?